Claustro
Ardem-te os olhos de fogo e adeus
o que derramas é da coroa
o que te cobre rosas vermelhas, ao mais fundo vale dos silêncios,
leito, sangue e hóstia no teu íntimo e único sacrário.
Ouras no templo, cálice, cripta
és o arquitecto, a espada, a cruz e a pena
e és virgem, viúva e benta.
Secreta na solidão as rosas ofereces
és a saudade na espiga
és o claustro,
e nos oito raios perdida te reencontrarás Pomba.
(Claustros da Catedral de Salamanca, ao entardecer)
Sem comentários:
Enviar um comentário