L'a Dunas (Luísa Sousa Martins) nasceu em Lisboa, que tem por sua terra oráculo, porto e pórtico das suas vi(r)agens.

Os escriptos surgem-lhe por obediência, assinalando imperativo que lhe inspira o cumprir de uma travessia revelatória de profundos, da qual se sente tão-só a decifradora e a primeira leitora.



quinta-feira, 9 de novembro de 2023

devagar se chega de longe

 

Acordei ainda dormia, estava num palácio de pedra aquecida pelo sol, no meio de uma grande floresta, a forma era circular e em círculos que se transpunham para chegar à torre, no centro. Ali ensinava-se. Havia luz, luxos e salas de aula. Eu ía ensinar só que não encontrava a minha sala e nem sabia o que vestir.
 
| da noite para o dia |
É este o caminho, do mais escuro para o mais claro, do acordar. Acordar é um compromisso de união. Abrir os olhos e ver a noite, vê-la à luz do dia, e atravessá-la com vagar, devagar se chega de longe.

 

quarta-feira, 17 de maio de 2023


A nossa integridade expressa-se na experiência real de nunca sermos os mesmos.

Para este contínuo apuramento ou transformação, a vulnerabilidade é condição tal que, de tanto doer, o cálice desejaremos um dia, finalmente, tomar.




terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Levanta-te e anda

 

 

Comove-me ao infinito, como se tivesse passado fome e agora me encontrasse a respirar os aromas quentes da sopa a ferver na panela de ferro à lareira (ai minhas queridas avós). Comove-me ao infinito existir em constante vulnerabilidade, inabalavelmente humana, suportando renascer para insuspeitas alegrias, como o é a luz de fogo que agora me entra pelo quarto para me erguer ao mundo, pois é essa a evidência da manhã, a força curativa, a bênção sobre a ferida ou ignorância, o caldo original.