o espírito escreve
sem que o gesto da grafia seja devido
Luíza Dunas (Luísa Sousa Martins) nasceu em Lisboa, que tem por sua terra oráculo, porto e pórtico das suas vi(r)agens. Os escriptos surgem-lhe por obediência, assinalando imperativo que lhe inspira o cumprir de uma travessia revelatória de profundos, da qual se sente tão-só a decifradora e a primeira leitora.
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ResponderEliminar"quase-carta em poemareia, à vista dos quin'tais"
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Querido silêncio das dunas,
Havia recostado o rosto e o resto
n’areia, nessa de que é des'feito
o em que se con'finda o
quanto nos é - só? - a'parente.
Senti rolar, duna acima,
o cristal dos baguinhos. Olhei!
Vi que ali estiveras, aqui
como sempre: como se nunca…
Olhei melhor, menos
bem pois, e vi a vista
para os quintais: os tais
de que, como quem não é nada,
te fazes tu, duna, de tudo luiza ...
(beijo irmão. gratidão é nome de tudo que vemos em seu sublime nada)