Procuro o elo que me desligue a percepção incompreendida da realidade de onde emerjo e da realidade onde chego, subita. A força que, por uma corda na roldana, exerce um largar para descer e um puxar para subir, como a um balde no poço. Atravessam-me duas inquietações: a memória que me apaga o tempo ao descer e desaperta para me reunir, e a memória que me detém de olhos abertos a suportar cada segundo de imagem, a reconstruir-me de passagens, assegurando-me indefiniçōes e a metamorfose existencial. A subida e a descida recordam-me o erro, e este obriga-me a confiar, a escutar, obriga-me a sentir medo, como se o medo fosse um fulcro para poder aceder ao valor das imagens, à sua luz fundamental. Procuro a porta das imagens. Procuro conhecer o erro. O erro cura-me do erro. Qual o valor da imagem da porta aberta do meu quarto? Qual o valor da porta da minha casa? e o da ranhura da chave? Que chave é a chave?