o espírito escreve
sem que o gesto da grafia seja devido
Luíza Dunas (Luísa Sousa Martins) nasceu em Lisboa, que tem por sua terra oráculo, porto e pórtico das suas vi(r)agens. Os escriptos surgem-lhe por obediência, assinalando imperativo que lhe inspira o cumprir de uma travessia revelatória de profundos, da qual se sente tão-só a decifradora e a primeira leitora.
na bruma o fogo eco do coração sulca nos sonhos o brilho na árvore os veios nos muros os céus
domingo, 23 de dezembro de 2012
Em tua dor te louvas, lavas, larvas - abraço de soror.
na mais delicada solidão no mais sombrio recanto larga o facho da mentira - poção solsticial .
todos os passos ensaiam o círculo a queda natal é um perigo de luz na surdina de dourados sacrifícios a afiada espada, o candelabro o espectro dos amores, ouvem-se tambores o canto, o grito, silêncio, o cheiro da terra.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
alvorecer do ultimar na carne e osso o culminar da dissolução no lugar do corpo, rebento ao relento - pur'amor nascido.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Na profundidade de tudo se desaparece.
não há fragmento, viagem ou miragem, no silêncio, véspera de tudo.