o espírito escreve
sem que o gesto da grafia seja devido
Luíza Dunas (Luísa Sousa Martins) nasceu em Lisboa, que tem por sua terra oráculo, porto e pórtico das suas vi(r)agens. Os escriptos surgem-lhe por obediência, assinalando imperativo que lhe inspira o cumprir de uma travessia revelatória de profundos, da qual se sente tão-só a decifradora e a primeira leitora.
pés descalços sobre as tábuas árvores guardiãs das vidas dos mortos, o sangue minha avó, minha avó, minha avó de Soledade.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
ela vestia-se de vento de um negro dourado de um raio de luz suspenso e obscuro olhar mariano, vestal ardente abeirava-se das falésias as marés relinchavam sulcando todos os areais vingando as primordiais.
domingo, 19 de agosto de 2012
Faz tudo certinho, à margem !
escuto na vadiagem da manhã minha montada as pedras da calçada sob o céu azul, luminoso lacrimoso na penumbra a minha sina minhas mãos do barro a cúpula erguida minha espada na rocha - canta o galo ao canto do cisne, doce tremor
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Nenhuma palavra celebra a profusão dos sopros na consumação do destino.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
a Via(gem) em toda a partida se reúne e realiza a verdade primeira e última do Início na fundura das impossíveis vagas se cura a ferida do eterno retorno.