Luíza Dunas (Luísa Sousa Martins) nasceu em Lisboa, que tem por sua terra oráculo, porto e pórtico das suas vi(r)agens.
Os escriptos surgem-lhe por obediência, assinalando imperativo que lhe inspira o cumprir de uma travessia revelatória de profundos, da qual se sente tão-só a decifradora e a primeira leitora.
Ai, as janelas!
ResponderEliminarAi esta janela com o Outono todo a rir fios de cobre no interior do templo exterior da natureza dos quintais!
Ai o vermelho das rosas e dos que têm, na casa, na sua ausência de ramos, a morada e o lugar insituado do espaço repousante dos braços e dos laços.
Aconchegante.
Encontrei, Luisa, entre as folhas dos cadernos,somos janelas a olhar para elas...
ResponderEliminarCá vai:
Há uma janela que nos olha para dentro
Nada sei da paisagem que está por trás dela
Só a janela, de olhos cegos, a fitar os nossos;
Só a brisa a soprar no cortinado
Só os buracos da renda, a flor dos dedos
E o tecido a ser movido pela forma da vento.
Há a luz que entra no espaço aberto das pétalas recortadas
Do lado que está ao sol, e os buracos da sombra
Do lado de onde a sombra está. Há o verde pé-de-flor
Do lado escondido da flor. E há o esquecimento…
Por trás da cortina desenhada em renda não sei o que há.
Só vejo pequenos reflexos naturais e a cortina que se move
E não quero saber se existe o que penso que está lá
Só vejo a cortina que se move, sem que veja o que a faz mover.
Aceno-te de lá e "de li"... Sorrio também.