Luíza Dunas (Luísa Sousa Martins) nasceu em Lisboa, que tem por sua terra oráculo, porto e pórtico das suas vi(r)agens.

Os escriptos surgem-lhe por obediência, assinalando imperativo que lhe inspira o cumprir de uma travessia revelatória de profundos, da qual se sente tão-só a decifradora e a primeira leitora.



sábado, 23 de setembro de 2017




A ti dou a refulgência dos fundos da terra, o meu morrer-nascer,
nosso dentro, floresta e respirar,
a ti dou o tempo, e o cio das feras,
e a doçura.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017



Cabra montês

Vou no ditado dos sopros, a morrer, talham-me a fé e a terra, aqui, neste mosaico agreste, a cada passo aos altos cumes me toca a rebate a hora pia, a cruz do sagrado ministério do corpo, onde as águas ascendem aos pássaros e à sede e as penas e a leveza se confiam à superação do sal e do infinito, aqui, onde sobre as pedras quentes me estendo.